A saúde pública de Rio das Ostras, já conhecida por seus desafios crônicos, voltou a ser duramente criticada após vídeos que expõem graves falhas no atendimento emergencial da cidade se espalharem pelas redes sociais. Na última quarta-feira (4), um caso emblemático trouxe à tona a situação desesperadora enfrentada por moradores: uma mulher que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e, devido à ineficiência do sistema, ainda não conseguiu ser transferida para uma unidade de saúde capaz de realizar a cirurgia necessária.
O drama começou na sexta-feira (30), quando a mulher, a caminho da UPA, recebeu um diagnóstico de pressão alta e um tratamento que se revelou inadequado. A situação se agravou, e no domingo (1), a paciente retornou à UPA com sintomas severos, incluindo perda de movimento, levando a um diagnóstico de coágulo cerebral — condição que demanda intervenção cirúrgica urgente. No entanto, devido às limitações estruturais da saúde local, a transferência para o hospital de Araruama ainda não havia ocorrido até a noite de quarta-feira, como destacou o filho da paciente em seu testemunho angustiado.
A justificativa para a demora, segundo a equipe de saúde, era a necessidade de monitoração da pressão arterial da paciente e de uma nova tomografia, impossibilitada pela manutenção do aparelho. Contudo, críticos apontam que a questão da pressão instável é apenas uma desculpa conveniente para encobrir a falta de eficiência e transparência do sistema de saúde. O jovem descreveu o caos na unidade de saúde como uma dança de responsabilidades superficiais. "Os aparelhos não funcionam, ninguém fala nada com nada, todo mundo joga a responsabilidade para o outro. Botaram a culpa na pressão da minha mãe, dizendo que não estava estável, mas ficou estável durante dois dias".
Este caso é apenas um exemplo das inúmeras críticas direcionadas à saúde municipal, que vêm de cidadãos frustrados, profissionais de saúde desgastados e até do próprio legislativo. O secretário de Saúde, Fábio Simões, está sob fogo cerrado, acusado de omissão e negligência istrativa. Suas respostas ineficazes nascem das promessas mal cumpridas e o cenário de desamparo que tem rondado o município sob sua gestão.
Na sessão da Câmara Municipal da última segunda-feira (2), o vereador Léo Tatá expressou indignação ao destacar que "a saúde é primordial e o secretário está matando gente. Está morrendo gente todo dia, toda hora. Recebi relatos de que morreram seis pessoas em um só dia na UPA." Segundo o parlamentar, a istração do prefeito Carlos Augusto não tem conseguido transformar promessas eleitorais em ações concretas, resultando em uma das piores crises de saúde que o município já presenciou.
A situação clama por uma reformulação urgente das estratégias de saúde pública em Rio das Ostras, exigindo que as autoridades tomem medidas decisivas para garantir atendimento digno e eficaz para todos os seus cidadãos. Enquanto o caos persiste, o portal reafirma seu compromisso em oferecer espaço para que o secretário de Saúde, Fábio Simões, apresente esclarecimentos e soluções ao público.
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